Abstinência das Drogas: Sintomas e Sinais

10/06/2021

Abstinência das Drogas: Sintomas e Sinais

O conjunto de sintomas e sinais que surgem quando há interrupção ou diminuição no consumo de drogas é conhecido como síndrome de abstinência. Podemos dizer que a  crise de abstinência é um grupo de sinais e sintomas que atinge o dependente químico, causando desconforto psíquico (irritação, angústia, depressão, agitação, etc.) e até físico no caso de algumas drogas (alteração da frequência cardíaca e pressão arterial, tremores, diarreia e sudorese) que acontece quando há uma redução e/ou a diminuição do consumo recorrente e usual do abusador e do dependente químico. As reações apresentadas variam de acordo com o tipo de substância utilizada pelo indivíduo, que para de usar a droga que antes era usada com frequência.

Quanto maior o consumo, maior será a crise.

Conheça neste post as principais reações das drogas no organismo.

Como as drogas atuam?

Algumas substâncias, entre elas a heroína, a cocaína, a maconha e o álcool, agem no organismo como se fossem neurotransmissores externos, em substituição aos do próprio organismo. Isso significa que essas drogas têm o poder de desligar os nossos próprios neurotransmissores.

Se um usuário parar de usar a substância de repente, a comunicação entre os neurônios, as células do cérebro, se interrompe, dificultando o contato entre o sistema nervoso e o restante do corpo. Por esse motivo, a abstinência é uma coisa muito séria e pode inclusive, causar mortes.

Quando o álcool e outras drogas interferem neste sistema de reforço cerebral, comprometem o estado normal e na quantidade de neurotransmissores (no caso das drogas o neurotransmissor principal é a dopamina), isso faz com que o cérebro faça os mecanismos de adaptação para restabelecer a normalidade.

Assim, a recomendação é que alguém que queira parar de usar drogas busque atendimento por profissionais especializados, em geral em clínicas de recuperação. Prender a pessoa em casa, além de fazer com que ela fique agressiva, pode ser fatal.

Dependendo da droga utilizada, a Síndrome de abstinência pode durar semanas. No caso do uso do álcool, da cocaína ou do tabaco, constata-se uma síndrome de abstinência prolongada que em geral causa frequentes recaídas.

Porque o dependente tem crise de abstinência

O cérebro se adapta ao uso e a presença constante da droga no organismo e tanta se adaptar e conseguir um novo equilíbrio, mesmo com a presença de remédios.

Muitas vezes o dependente químico busca o uso de drogas para não ficar louco ou bêbado, e assim para voltar ao equilíbrio mental e neural e voltar a realizar suas tarefas habituais.

Com a saída das drogas, o sistema nervoso fica estimulado e é aí que começam os sintomas da abstinência.

Quando feito sem ajuda profissional e especializada, o processo da crise de abstinência leva ao consumo de álcool ou outras drogas que provocação alterações no sistema de recompensa cerebral.
Essas neuroadaptacoes tem a finalidade de recuperar o equilíbrio perdido, criando assim uma tolerância no organismo do dependente químico. Quanto maior a tolerância as drogas, maior será a crise de abstinência.

Existem duas classificações para a síndroma de abstinência:

SAA – Síndrome de Abstinência Aguda, que acontece no período mais recente da abstenção, durante os primeiros dias sem a droga.

SAD – Síndrome de Abstinência Demorada, ocorre em intervalos de tempo e enquanto o paciente não está mais sob efeitos da droga. É frequente em pessoas que estão em tratamento, e pode aparecer em alguns dias, meses e até anos, por mais que o paciente não use mais a substancia.

Sintomas da abstinência variam de acordo com a droga

Embora alguns sintomas sejam parecidos, algumas drogas são bastante específicas em relação ao que provocam durante o período de abstinência. Geralmente o corpo do usuário demonstra as situações de abstinência, e o comportamento também sofre com os efeitos da privação da droga e algumas atitudes diferentes podem ser percebidas. Os sintomas psicológicos são mais difíceis de serem identificados. Mal-estar, convulsões e sofrimento mental são alguns dos efeitos frequentes. Veja agora os sintomas de algumas delas:

Crack

Agitação e agressividade;
Sofrimento físico e psíquico;
Ansiedade;
Pensamentos obsessivos sobre como adquirir a droga.

 

Cocaína

Cansaço;
Distúrbio do sono;
Desejo de suicídio;
Anedonia (perda da capacidade de sentir prazer);
Variação de apetite.

 

Opioides (heroína, morfina, oxicodona, etc.)

Dilatação das pupilas;
Náuseas;
Dores abdominais;
Diarreia;
Sudorese;
Vômitos.

 

Álcool

Alterações de humor;
Tremores;
Taquicardia;
Ansiedade;
Agitação.

 

Danos ao organismo

Os danos variam conforme a droga utilizada. São muitos os danos, e acontecem dependendo da intensidade do uso. A abstinência pode causar no paciente desde um suor excessivo quanto convulsões. Também é comum que a intensidade aumente conforme o tempo sem a substancia química. Confira alguns sintomas de acordo com a droga que foi usada:

Crack

O usuário não dorme e não come, o que o torna desnutrido e magro. Nessa situação, um adulto perde até dez quilos em um mês e se torna negligente com o corpo, deixando até mesmo de se banhar.

A droga também provoca perda de apetite, náuseas, flatulência, diarreia e dor abdominal. Como seu uso exala fumaça em alta temperatura, ela pode lesar a traqueia, a laringe e os brônquios, favorecendo o surgimento da pneumonia e da tuberculose.

Na área neurológica, o crack pode provocar tonteiras, inflamações dos vasos cerebrais e dores de cabeça. Por fim, ele pode ocasionar infarto agudo do miocárdio, liberação de adrenalina, elevação da pressão arterial, aumento da frequência cardíaca, arritmias e isquemias.

 

Cocaína

O uso recorrente dessa substância pode causar, a longo prazo, arritmia, aumento da pressão arterial e da frequência cardíaca, além de infarto, falência renal súbita, úlceras, perfurações intestinais e estomacais.

Há também o risco de perfuração das vias respiratórias e danos pulmonares permanentes, convulsões e derrames, destruição dos tecidos nasais (se cheirada), fígado e rins, cáries profundas, disfunções sexuais, depressão severa, transtorno de humor e perda de peso.

 

Heroína

Essa devastadora substância pode levar à morte rapidamente ou trazer sérias complicações ao organismo, como surdez, cegueira e necrose – quando os tecidos das veias morrem.

Os batimentos cardíacos costumam ficar mais acelerados com o tempo, bem como é comum a perda da capacidade de controlar a temperatura corporal. Por isso a pessoa costuma ter calafrios o tempo inteiro.

Como na maior parte das vezes a droga é injetada, é comum que seus usuários adquiram doenças como a hepatite e a AIDS.

O cérebro pode ser bastante afetado pelo uso dessa substância. Para se ter uma ideia, um usuário de heroína pode perder a capacidade de tomar decisões e a memória, além de apresentar problemas para ver e falar.

 

Álcool

Por ser uma droga lícita, o álcool pode ser mais facilmente adquirido, fazendo com que seu consumo comece muito cedo, em geral na adolescência, o que agrava os efeitos da substância a longo prazo.

Um dos principais afetados é o aparelho digestivo: o pâncreas pode se inflamar, indício de pancreatite crônica, bem como o fígado, responsável por metabolizar a substância, pode adoecer com problemas como a esteatose, conhecida popularmente como “gordura no fígado”, a cirrose e a hepatite. Gastrites e úlceras no estômago também são comuns.

O coração também sofre: quem bebe álcool em excesso está mais propenso a desenvolver hipertensão, ter arritmias e apresentar

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